Numa partida de baixo nível técnico, a pior nesta fase do torneio, o Paraguai superou o Japão nos pênaltis, por 5 a 3, depois de 120 minutos sem conseguir fazer um gol sequer e, pela primeira vez, chega às quartas de final de uma Copa do Mundo.
Brasileiro Túlio Tanaka teve outra atuação segura contra o Paraguai
Isolado no ataque, Honda sofreu com a defesa da equipe guarani
Komano perde pênalti, e o Japão dá adeus nas oitavas como em 02
Retranca de novo: O Japão veio armado num 4-5-1, com Honda isolado na frente, esperando marcar num contra-ataque ou num erro do Paraguai.
Só o ataque: Mais determinado, mas sem imaginação, o Paraguai contava com a inspiração de Barrios e Roque Santa Cruz.
Fogo amigo: As duas seleções tiveram choques entre seus próprios atletas, que paralisaram a partida por alguns minutos para eles serem atendidos.
Com a vitória paraguaia, pela primeira vez quatro seleções sul-americanas estão juntas entre as oito finalistas. O resultado estabelece ainda uma possibilidade inédita – a de que quatro seleções sul-americanas cheguem às semifinais.
Para que esta “Copa América” em solo sul-africano possa se realizar, é preciso que o Brasil vença a Holanda, o Uruguai supere Gana, a Argentina passe pela Alemanha e o Paraguai ganhe do vencedor da partida entre Espanha e Portugal.
Contra o Japão, que atuou, como sempre, fechadíssimo, num 4-5-1, o Paraguai até tentou tomar a iniciativa, mas mostrou pouca imaginação. Barrios e Roque Santa Cruz tiveram chances de marcar no primeiro tempo, mas esbarraram ou no goleiro Kawashima ou na falta de pontaria.
Em contra-ataques ou aproveitando erros dos paraguaios, os japoneses tiveram as suas chances também. De fora da área, Matsui acertou o travessão de Villar e Honda mandou uma bola perto do gol.
Um pouco mais audacioso, o Paraguai levou mais perigo no início do segundo tempo, mas Benitez desperdiçou dois bons contra-ataques, sendo substituído na sequência por Valdez. Tediosa a partir dos 20 minutos, a partida foi para a prorrogação – a segunda nesta Copa, depois de Gana e Estados Unidos.
A partida melhorou um pouco na fase complementar, menos pela qualidade das equipes e mais pelo cansaço e relaxamento. Na base do entusiasmo, o Paraguai chegou mais perto do gol, mais foi novamente ineficiente. Na segunda metade, o Japão teve duas chances de gol, mas não teve qualidade para marcar.
Na disputa dos pênaltis, as duas equipes mostraram bom aproveitamento, com exceção de Komano que chutou a bola no travessão. Melhor para o time guarani, que não errou nenhuma cobrança e selou a vaga.
Com a classificação histórica, o Paraguai confirma as boas expectativas que cercavam a seleção. Com ótima participação nas eliminatórias (ficou em terceiro lugar, atrás do Brasil e do Chile), este time é visto como o melhor que o país já enviou a um Mundial.
Menos ofensivo do que nas eliminatórias, a equipe dirigida pelo argentino Gerardo Martino adotou uma postura mais cautelosa na África do Sul e surpreendeu, terminando a fase classificatória em primeiro lugar no seu grupo, à frente de Eslováquia, Nova Zelândia e Itália.
Mais antigo estádio a receber uma partida de Copa do Mundo, o Loftus Versfeld não estava lotado. Com capacidade para 42.858 espectadores, exibia vários setores atrás dos gols vazios. Até o fim da partida, diferentemente do que ocorre sempre, não foi divulgado o público total presente. Na véspera, durante a partida entre Brasil e Chile, a Fifa anunciou nas placas ao redor do gramado do Ellis Park que havia ingressos disponíveis para o jogo desta terça-feira.